Uma das principais fontes de stresse é o dinheiro, tanto para os mais jovens como para os mais velhos. No entanto, na atual conjuntura socioeconómica e perante a crise mundial, os jovens parecem ser dos mais afetados pela ansiedade financeira, uma vez que são cada vez mais incertas as perspetivas de futuro.
A ansiedade financeira corresponde ao sentimento de preocupação, receio ou desconforto no que diz respeito às finanças pessoais (OPP). Os jovens que estão num período de transição para a idade adulta, tendem a sofrer deste tipo específico de ansiedade, perante as dificuldades que anteveem na aquisição da sua autonomia, devido à precariedade de emprego e aos baixos salários que se praticam no nosso país. Planear o futuro é uma tarefa cada vez mais complexa e geradora de stresse, que pode conduzir os jovens a sentimentos de ansiedade, irritabilidade, insegurança ou tristeza, e que vão interferir com as suas atividades diárias, podendo comprometer, por exemplo, as suas relações sociais.
Para melhor lidarem com a ansiedade financeira, ficam algumas dicas, que podem ajudar os jovens (e não só) que se encontrem a atravessar esta fase das suas vidas. Em primeiro lugar, recomenda-se que não tenham problemas em falar acerca das suas finanças pessoais. A partilha das suas preocupações a este nível, pode ajuda-los a ter consciência de que são muitas as pessoas que se encontram em situação semelhante, tirando-lhes o peso de poderem pensar que a situação só acontece por incompetência ou incapacidade sua. Na grande maioria, é de facto o contexto atual, que não favorece a tão desejada autonomia, contexto esse que se verifica também em muitos outros países. Saber que não estão sozinhos pode ajuda-los a criar oportunidades para a troca de ideias e busca de soluções para o problema.
Outra forma de lidar com a ansiedade financeira é planear, ou seja, fazer um plano de previsão do orçamento familiar, perante aquilo que são as perspetivas do jovem, em termos de estudo ou trabalho. Isto é fazer uma previsão de quando é que o jovem irá atingir a sua tão desejada autonomia. Numa fase inicial pode ser difícil por parecer que está ainda muito distante, no entanto, uma previsão realista acaba por ajudar a que o jovem aceite com maior tranquilidade a sua realidade, ou, pelo contrário, possa empreender esforços de mudança que possam ser eficazes.
Modificar a forma como se pensa acerca das necessidades, pontos de vista e expectativas, pode ser bastante útil. Traçar vários cenários e explorar várias possibilidades, ainda que á partida algumas possam parecer inadequadas, pode levar a conclusões muito surpreendentes. E por que não definir diferentes prioridades e necessidades de consumo? Hoje em dia as redes sociais mostram realidades essencialmente privilegiadas e de abundância. Poderá haver uma tendência para os jovens se comprarem com os que têm maior poder económico ou maior ostentação, contudo isso pode aumentar ainda mais a ansiedade financeira. Será mais útil ser realista e notar aqueles que têm menos, pois leva-nos a refletir acerca dos esforços que terão que fazer para lidarem com as suas dificuldades, e assim mesmo conseguirem ter uma vida com significado e sentido.
Por fim, mas não menos importante, é aprender a alterar alguns comportamentos financeiros. A gestão eficaz do orçamento, principalmente se for reduzido, é muito importante. Para isso, há que aumentar a literacia financeira de modo a saber quais as melhores opções de poupança, de rentabilidade e de gestão das finanças. Hoje em dia há diversas fontes de informação fidedigna em sites online, redes sociais ou podastes, onde se pode aprender sobre finanças pessoais. Manter-se ativo na busca de soluções aumenta a probabilidade de se encontrar uma, que seja realmente eficaz.
Fonte:
Gracinda e a Psicologia 